ELSA SCHIAPARELLI -1890/1973
"Para muitas pessoas, ela é simplesmente a estilista que lançou e implantou a cor rosa choque. Para quem gosta de cinema, ela é a avó da bela e elegante atriz Marisa Berenson. Mas Elsa Schiaparelli, nascida em Roma, na Itália, foi na verdade muito mais do que isso - ela foi um dos marcos da moda do século 20.
Ela estudou filosofia e, já casada, mudou-se para Boston, nos Estados Unidos. Depois de uma temporada em Nova York, finalmente Elsa Schiaparelli chegou a Paris - o ano era o de 1920, e Paris era o centro do mundo.
Escultora e pintora, ela logo foi incentivada por Paul Poiret, um dos gênios da alta costura, a dedicar-se à moda. Uma de suas primeiras criações foi um suéter preto tricotado, com detalhe imitando um laço branco, conseguindo um efeito conhecido como trompel’oeil, ou uma falsa impressão, que se transformou num sucesso de vendas.
Em 1928, ela abriu uma loja que levou o nome de Pour le Sport, mas foi em 1929 que surgiu seu primeiro salão. Irreverente, extravagante, ousada, Elsa Schiaparelli logo fazia parte de um dos mais notáveis círculos de artistas da época, do qual participavam o pintor Salvador Dali, o escritor e cenógrafo Jean Cocteau, o ilustrador Christian Bérard e o designer de jóias Jean Schulemberger. E todos eles acabariam por participar da obra de Schiaparelli de uma forma decisiva, fazendo com que, em seu trabalho, moda e arte se fundissem.
Seu estilo elegante e sofisticado resultava em roupas às vezes muito excêntricas, mas que atraíam uma grande clientela. Não era para menos. Seus vestidos podiam ter estampas criadas por Dali - um deles, em seda branca, tinha seu charme nas borboletas multicoloridas desenhadas pelo mestre do surrealismo. Os botões que usava podiam levar a assinatura de Cocteau, e eram sempre muito mais do que simples botões - em 1938, botões em forma de acrobatas mergulhavam nas casas de uma jaqueta estampada com cavalinhos de carrossel.
Schiaparelli foi das primeiras estilistas a utilizar material plástico, uma novidade para a época, e criou com eles bijuterias, assim como também foi a pioneira a fechar roupas com zíperes, chegando a tingi-los na cor dos tecidos, e deixando-os aparentes. Suas roupas surpreendiam não só pela elegância e acabamento perfeito, mas pelos motivos inusitados que escolhia como detalhes - pautas musicais bordadas em vestidos de baile, e cuja fivela do cinto era uma caixa de música, sóis, estrelas e luas aplicadas em uma jaqueta, notícias de jornal impressas em lenços e écharpes.
Um dos muitos chapéus exóticos que Schiaparelli criou ficou célebre: em parceria com Dali, ela inverteu a posição de um sapato e colocou-o na cabeça das mulheres. As bolsas não eram menos divertidas, pois se acendiam e tocavam música.
Seu uso de cores era único, e foi uma cor que ficou famosa justamente por causa dela - um certo rosa, que seu amigo Christian Bérard costumava usar em suas ilustrações, ganhou sua preferência e um nome eterno: rosa choque.
Elsa Schiaparelli teve entre seus assistentes os estilistas Pierre Cardin e Hubert de Givenchy, e foi inovadora também na área comercial de seu negócio, ao licenciar seu nome como marca, depois de criar óculos e sapatos para produção industrial.
Durante a 2ª Guerra Mundial, a estilista voltou aos Estados Unidos, onde fez muitas palestras, e chegou a abrir uma filial de seu salão em Nova York. Mas foi em Paris, em 1954, que ela realizaria seu último desfile."
Fonte: http://informefashionbrasil.terra.com.br/arquivos/schiaparelli.htm
Fonte: http://informefashionbrasil.terra.com.br/arquivos/schiaparelli.htm
"ELSA SCHIAPARELLI nasceu em Roma, na Itália, em 1890. Neta do famoso astrônomo, que descobriu os canais do planeta Marte, Giovanni Schiaparelli, sua família possuía uma boa situação financeira, o que permitiu que ela fosse estudar na Suíça e em Londres, onde conheceu aquele que veio a ser seu marido, o filósofo e jogador, Willy de Kerlor, em 1913.
O casal se mudou para Nova York, nos EUA, país onde nasceu sua filha Gogo, que viria mais tarde a lhe dar uma neta, a atriz Marisa Berenson. Seu casamento não durou muito tempo e Schiaparelli, com uma filha pequena para cuidar, não conseguiu sobreviver sozinha na América e voltou para a França, em 1922.
Nessa época, ela desenhava e já começava a vender seus primeiros tricôs. Encorajada pelo estilista e amigo Paul Poiret, Schiap abriu sua primeira butique em 1927, e, em 1929, apresentou sua primeira coleção, que foi um verdadeiro sucesso.
Elsa Schiaparelli sempre esteve ligada aos artistas de sua época. Era amiga de muitos, como Marcel Duchamp, Picabia, Man Ray, Stieglitz, Jean Cocteau, Christian Bérard e Salvador Dalí. Ela acreditava que a moda não podia estar desvinculada da evolução das artes plásticas contemporâneas, sobretudo a pintura.
Com o seu progressivo sucesso, Schiaparelli se tornou a maior rival da famosa estilista Coco Chanel. Seus estilos eram totalmente opostos: enquanto Chanel criava roupas funcionais para a mulher moderna, Shiap fazia modelos surrealistas, exóticos.
Schiaparelli e Salvador Dalí chegaram a trabalhar muitas vezes juntos, o que resultou em várias criações bastante particulares, como o famoso chapéu em forma de sapato, a bolsa-telefone, o tailleur-escrivaninha com bolsos em forma de gaveta, o vestido de seda pintado com moscas, entre outros. Foi no surrealismo que ela encontrou a sua fonte básica de inspiração.
Todas as coleções lançadas por Schiaparelli se inspiravam em fantasia e partiam de um ou dois temas dominantes. Uma de suas preferidas era a coleção de circo, com cavalos, elefantes ou acrobatas no trapézio, bordados em muitas peças, como os boleros, com botões de cabeça de palhaço e o chapéu em forma de sorvete.
Sempre utilizando bordados e cores fortes, Elsa criou a coleção de astrologia, na qual se destacava uma luxuosa capa com enormes signos do zodíaco bordados em ouro, assim como o motivo "Phoebus", um sol radiante sobre um tecido rosa-choque. Ela passeou por muitos outros temas em suas coleções, como a música, o fundo do mar e a "Commedia dell'Arte", na qual também apareciam as capas, desta vez com losangos de veludo.Além de suas criações sempre impactantes, ela inovou nos materiais utilizados em suas roupas, como o zíper, o crepe de seda e o celofane. Todos esses novos materiais, como a fibra sintética, possibilitaram que Elsa executasse todos os seus sonhos surrealistas.
Schiap buscava o efeito teatral através das cores vivas, não muito usadas naquela época. Ela conseguiu criar um tom de rosa tão forte, que chegava a ser dramático. Ela o batizou de "shocking", o seu rosa-choque. A cor foi usada por ela em muitas criações, desde chapéus até longas capas bordadas. "Shocking" também foi o nome dado àquele que viria a ser o seu perfume mais conhecido, lançado em 1938. O frasco tinha a forma do corpo da então famosa atriz de cinema Mae West, que personificava a ousadia do estilo Schiap.
Apesar de ter tido clientes como as atrizes Greta Garbo, Joan Crawford e Carole Lombard, ela não fez muitos figurinos para o cinema. Seu maior sucesso foi em 1937, com o filme "Every Day's a Holiday", com Mae West. Também criou os figurinos dos filmes "Artists and Models" e "Moulin Rouge", com Zsa Zsa Gabor, em 1952.
Em 1939, quando explodiu a Segunda Guerra Mundial na Europa, Schiaparelli decidiu fechar sua maison. Ela preferiu colaborar com os esforços antinazistas nos Estados Unidos. Quando a guerra chegou ao fim, ela retornou a Paris, em 1945. Sua maison sobrevivera aos anos de conflito e logo foi reaberta.Nessa época, passaram por seu ateliê alguns estilistas famosos, como Hubert Givenchy e Pierre Cardin.
Em 1946, Salvador Dalí desenhou o frasco de um novo perfume, o "Roi-Soleil". A assinatura de Schiaparelli ainda produziu uma linha de malas e frasqueiras e uma coleção de prêt-à-porter, que foi vendida nos Estados Unidos.
Apesar de todos os esforços para continuar sua produção, os tempos mudaram para Schiaparelli. Com dificuldades financeiras e problemas pessoais, ela acabou fechando sua maison em 1954.
Em seguida, lançou um livro de memórias, intitulado "Shocking life", novamente a cor intensa que demonstrava sua ousadia, excentricidade e o impacto que desejava causar.
Em seguida, lançou um livro de memórias, intitulado "Shocking life", novamente a cor intensa que demonstrava sua ousadia, excentricidade e o impacto que desejava causar.
Elsa Schiaparelli morreu em 1973, aos 83 anos."
Fonte: http://almanaque.folha.uol.com.br/schiaparelli_historia.htm
"A vida em rosa-choque
Seu estilo moderno e excêntrico a fez criar um tom de rosa eletrizante, o qual ela chamou de "shocking", o famoso rosa-choque. Em 1938, Schiap lançou um perfume com o mesmo nome - "Shocking". O frasco foi desenhado pela pintora surrealista Leonor Fini e tinha a forma de um torso feminino. Na verdade, o da atriz Mae West, que encarnava a ousadia do estilo Schiap. O seu livro de memórias, lançado em 1954, também recebeu o nome da sua cor preferida.
O estilo marcante de Elsa Schiaparelli talvez pudesse ser representado pelo seu rosa "Shocking, descrito por Yves Saint-Laurent como: "Uma provocação".
http://almanaque.folha.uol.com.br/schiaparelli.htm
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