"A vida social de transição do século 19 para o 20. Aliás, Chanel foi o maior exemplo dessa transição. Foi uma mulher de fases, mas sobretudo uma visionária que antecipou idéias e estilos de comportamento do século 20.
Chanel (ou Coco Chanel, como ficou conhecida após ter sido apelidada por seu pai e quando se apresentava num cabaré onde cantava a música intitulada "Quem Viu Coco") tornou-se, então, ícone de expressão do estilo único e universal da moda nesse século. Sua visão de moda ultrapassava as barreiras vigentes na época. Sempre teve preocupações de fazer ligações entre a publicidade (coisa nova na época) e o que propiciasse conforto.
Nascida na cidade de Saumur, no interior da França do século 19 (mais precisamente em 19 de agosto de 1883), Chanel conseguiu fazer de tudo um pouco.
Chanel, muito antes do lançamento de "O Segundo Sexo", a bíblia feminista de Simone de Beauvoir, antecipou a liberação da mulher com sua moda simples, mas de alfaiataria bem cortada e elegante. Chanel tornou-se "um exemplo da nova mulher", escreve Wallach, "vivia abertamente com um homem que amava, sem ser casada, e tinha independência financeira como empresária de sucesso".
Lançou seu famoso vestidinho preto, que se tornou peça básica e foi descrito pela "Vogue" americana, em 1926, como o Ford (carro famoso na época) da moda, notando o sucesso em que ele se transformaria durante décadas. Chanel confirmou seu êxito na Exposition des Arts Décoratifs, em Paris, no mesmo período.
O escritor Victor Margueritte, no seu escandaloso romance "La Garçonne" (de 1922), delineou essa mulher moderna como "uma jovem com modos de menino, cabelo cortado curto, corpo magro e reto, roupas simples, tendência para ser independente e um ar quase arrogante".
[1] Tarcísio D'Almeida é conselheiro editorial da Sociedade Brasileira de Estudos em Moda. Entre seus trabalhos estão, estudos para a USP (Universidade de São Paulo) sobre semiótica da moda, contribuições para os jornais Folha de S.Paulo, "Jornal da Tarde", "O Globo" e "Valor Econômico" e a revista "Vogue"."
Fonte:http://almanaque.folha.uol.com.br/moda_21jan2000.htm
Fonte: http://almanaque.folha.uol.com.br/chanel_historia.htm
Também eternos tornaram-se o “pretinho”, vestido reto."
Fonte: http://informefashionbrasil.terra.com.br/arquivos/chanel.htm
"Sou contra uma moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora, só porque é primavera."
"Uma mulher vestida de claro raramente fica de mau-humor.""A natureza nos dá o rosto dos 20 anos. A vida modela o dos 30. Mas temos que merecer o rosto dos 50.""Aos 50 anos a mulher é responsável por seu rosto. Ninguém é jovem aos 50. Costumo dizer aos homens: acham que ficam mais bonitos carecas?"
"Sou a última do meu gênero. Não terei sucessores. Espero apenas que o meu exemplo não seja esquecido muito depressa".
"A roupa deve ser, antes de tudo, cômoda e prática. É a roupa que deve adaptar-se ao corpo e não o corpo que deve deformar-se para adaptar-se à roupa".
"A moda, como a arquitetura, é uma questão de proporções"."As roupas velhas são como velhos amigos. Nós os conservamos. Gosto de roupas como gosto de livros: para pegar, mexer nelas."
"Os homens que querem se fazer notar pelas roupas são uns cretinos. As mulheres podem sobreviver a quase todas as formas de ridículo; um homem ridículo está perdido, a menos que seja gênio."
Um comentário:
Sou completamente a favor da questão que Chanel impõe. De fazer sua moda, se utilizar roupas práticas, e confortáveis que se adaptem ao corpo. Não é necessário desperdiçar uma peça, apenas porque mudou a estação. Reaproveite-a e use novamente !
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